quarta-feira, 18 de maio de 2011

Seminário: Virtualidade

   Nos anos 60, o uso do computador para acessibilidade e interatividade com projetos arquitetônicos se tornou comum. Essa possibilidade de criar projetos digitais foi chamada de “arquitetura virtual”, mas nada mais era do que projetos criados em computador, desenhos digitais. Daí a necessidade de diferenciar digital e virtual... diferenciar a substância-projeto e o evento-atualização e uso do espaço.
   O problema é que a arquitetura projeta substância em primeiro plano e, só depois sobrepõe a ela o evento, restringindo a interatividade.
   No século 19, o Familistério de Godin na França foi o precursor da arquitetura virtual. Considerado por Foucault um projeto feliz de intenção de liberdade, mesmo levando em conta que toda busca por liberdade,
nesse caso, seria falha, já que não se tem nenhuma garantia dela, o Familistério elaborava projetos baseados no evento, dando importância ao conforto doméstico das donas de casa, à segurança das crianças, etc.
   Hoje em dia, o espaço é encarado como edifício qualquer, com características substanciais em destaque, não havendo mais simultaneidade entre evento e substância. E embora tenhamos exemplos históricos da arquitetura virtual, esta possa não mais existir. 
   Na arquitetura virtual, o produto final não está predeterminado, depende da interação. Digital e virtual devem coexistir para que o sistema seja flexível, lógico, integrado e aberto, onde o ambiente possa emergir em tempo real e haja continuidade entre projeto e uso. 

Bibliografia
SANTOS, Ana Paula Baltazar. Por uma arquitetura virtual: uma crítica das tecnologias digitais. Arquitetura e Urbanismo, n. 131. São Paulo: Pini, p. 57-60.

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